
Dirigido pelo estilista Tom Ford, das campanhas de óculos e perfumes cheias de apelo sexual, A Single Man é um filme esteticamente impecável. Impecável. Impecável como muito pouco se vê no cinema.

O filme mostra no que se transformou a vida do atormentado personagem de Colin Firth após a perda do seu amor, 8 meses depois, e à partir disso, o fatídico dia em que ele percebeu - e resolveu- que poderia dar-se um novo destino.
Tom ford fez do filme uma obra prima fotográfica impressionante, mais do que poderia vir a ser um filme de Sofia Coppola.
Tom ford fez do filme uma obra prima fotográfica impressionante, mais do que poderia vir a ser um filme de Sofia Coppola.

Um filme muito bem costurado, A Single Man grita moda, requinte e sofisticação em todas as cenas, absolutamente todas as cenas são irretocáveis esteticamente, são fotografias particulares, como se viessem direto do acervo mental de um meticuloso construtor de moda.

É impressionante não só pela beleza. A beleza do filme está inerente ao mesmo, o resto, como o roteiro ou os diálogos, são de uma sutileza e um bom gosto igualmente peculiares dignos apenas de alguns grandes diretores...
E essas sutilezas me levaram em alguns momentos à Fellini e sua riquíssima direção de arte. Tanto porque o filme se passa nos anos 60, e é rígido em relação ao que era a estética da época.
E essas sutilezas me levaram em alguns momentos à Fellini e sua riquíssima direção de arte. Tanto porque o filme se passa nos anos 60, e é rígido em relação ao que era a estética da época.

Não há pecado nessa película. É tudo como uma grande coleção sendo apresentada num grande desfile no Grand Palais, não há no que mexer, diga-se tudo em seu lugar.
Diga-se que a vida do personagem transborda realidade enquanto nenhuma palavra é dita, apenas através das cores que vêm à tona quando o mesmo perturbado e decidido a cometer suicídio encontra momentos inesperados em sua rotina, que já se mostra pálida e sem vida.
Diga-se que a vida do personagem transborda realidade enquanto nenhuma palavra é dita, apenas através das cores que vêm à tona quando o mesmo perturbado e decidido a cometer suicídio encontra momentos inesperados em sua rotina, que já se mostra pálida e sem vida.

“If it’s going to be a world with no time for sentiment, Grant, it’s not a world that I want to live in.” – George Falconer