A Single Man, (2009), cuja tradução deram em Portugal 'Um Homem Singular', é um filme singular.

Dirigido pelo estilista Tom Ford, das campanhas de óculos e perfumes cheias de apelo sexual, A Single Man é um filme esteticamente impecável. Impecável. Impecável como muito pouco se vê no cinema.



O filme mostra no que se transformou a vida do atormentado personagem de Colin Firth após a perda do seu amor, 8 meses depois, e à partir disso, o fatídico dia em que ele percebeu - e resolveu- que poderia dar-se um novo destino.

Tom ford fez do filme uma obra prima fotográfica impressionante, mais do que poderia vir a ser um filme de Sofia Coppola.



Um filme muito bem costurado, A Single Man grita moda, requinte e sofisticação em todas as cenas, absolutamente todas as cenas são irretocáveis esteticamente, são fotografias particulares, como se viessem direto do acervo mental de um meticuloso construtor de moda.



É impressionante não só pela beleza. A beleza do filme está inerente ao mesmo, o resto, como o roteiro ou os diálogos, são de uma sutileza e um bom gosto igualmente peculiares dignos apenas de alguns grandes diretores...

E essas sutilezas me levaram em alguns momentos à Fellini e sua riquíssima direção de arte. Tanto porque o filme se passa nos anos 60, e é rígido em relação ao que era a estética da época.





Não há pecado nessa película. É tudo como uma grande coleção sendo apresentada num grande desfile no Grand Palais, não há no que mexer, diga-se tudo em seu lugar.

Diga-se que a vida do personagem transborda realidade enquanto nenhuma palavra é dita, apenas através das cores que vêm à tona quando o mesmo perturbado e decidido a cometer suicídio encontra momentos inesperados em sua rotina, que já se mostra pálida e sem vida.


Abaixo, Aline Weber, uma modelo brasileira de SC (estado muitas vezes rechaçado pelos gaúchos, vide show do Paul), faz uma pequena participação como uma aluna de George Falconer (Colin), tão rigorosamente inserida na estética dos 60's, fiel ao estilo imortalizado por Bardot ou Marianne Faithfull.


E Julianne Moore, sempre digna, sempre incrível.


Diga-se toda beleza causada pela estética perfeita será perdoada.




imagens: reprodução


“If it’s going to be a world with no time for sentiment, Grant, it’s not a world that I want to live in.” – George Falconer