entrou fumaça no meu olho,

mas não foi por causa das manifestações..

Digo, não foi gás lacrimogêneo, foi fumaça de beck mesmo. é, eu não poderia deixar desse assunto agora porque penso nisso e falo disso quase que o tempo todo. isso está por tudo, sinto todas as esferas ao meu redor tilitando política. e isso é realmente incrível, talvez a coisa mais bonita que tá acontecendo, e que ninguém tá dando bola. 

um dia vão dar. 

eu vim pra casa pensando nisso, hoje, de maneira calma. eu estou calma. estou calma porque fiquei doente, e ficar doente é se obrigar a ficar calmo. se pôr doente é uma maneira forçada de dizer a si mesmo: pare um pouco, por gentileza. se acalme. eu fiquei doente e no auge da minha doença de um dia eu fiz uma coisa ridiculamente absurda. ai, como sou patética! Fuck me. 

por que os românticos precisam ser descontrolados? Alguém já encontrou a medida entre o desejo e o sofrer? O romantismo está fadado ao anti- evolucionismo do estilo? Porque eu meto os pés pelas mãos? Porque embebedei e entrei no facebook a mandar mensagens absurdas e mal escritas para alguém cuja própria distância já impõe o caráter do que não acontece? onde encontro o momento em que sufoco a consciência? 

onde está o segundo onde perdi a razão? como pude deixá-la ir? isso nunca no universo poderá ser considerado saudável. nunca.

algo está demasiado errado. algo, algo, algo está muito estranho! o mundo está confuso, está efervescente demais pra mim e isso me afeta, eu me fervo também e meto os pés pelas mãos. é, é isso.

um parêntese: o Mazzaropi é mesmo muito bom. estou vendo agora mesmo enquanto escrevo. é um filme lúdico, inocente, caipira e bucólico, com leve aura de sonho (embora também eu sempre veja aura de sonho em quase tudo). 

não, não é bem isso. pode ser isso um pouco, mas isso não é tudo. isso é apenas uma coisa. a ansiedade me mata, viver mata. 

um dos gatos ficou doente. O Bolacha. está internado num hospital de bichos. ele está se recuperando, e espero que se recupere bem e volte logo para casa. isso também me afetou, isso também me influenciou muito essa semana. que semana, aliás.

é uma semana que entrou para história, de qualquer forma. se não tivesse entrado pela história do mundo, pelo menos estaria na história da minha vida, de algum jeito. e chove sem parar. para completar.

em relação ao que fiz posso dizer que não me perdoarei nunca, e que é o tipo da coisa que serve de alerta para todos nós: não entre no facebook bêbado. 

em hipótese alguma. se você não tem um lance, você vai tentar inventar. se você tem um lance, vai estragá-lo. e se você apenas não tem nada com uma pessoa mas está apaixonada porque já esteve com ela em outros momentos, você corre o sério risco de se foder legal, cara.

eu me fodi em primeiro lugar comigo mesma. é óbvio, caí no meu conceito, (tá, bate um marta medeiros feelings. mea culpa patético. pronto, passou).

agora está passando na tv um programa sobre os colonos italianos. mondo trasho. não, não é este o nome. mas o programa é igualmente bizarro. não estou dizendo que é ruim. é muito bom. o canal é TVE. comprova que a televisão é bizarra por si só. é uma série, uma série documentário. é maravilhosamente bizarro.

lembrei que agora uso óculos! mais um acontecimento essa semana! vou buscá-los. passei a descrever tudo... volto ao ponto. estou facilmente distraível. acho que estou escrevendo para ele. gostaria que ele lesse, gostaria que ele prestasse atenção em mim. foi por isso que enviei-lhe mensagens tão infantis. essa é uma tentativa, uma tentativa a mais de chamar-lhe a atenção, mas uma tentativa resignada, pois eu sei que ele não vai ler. é, na verdade, somente uma forma de alívio; uma maneira de extravazar esse sentimento. porque é isso, né? é isso, porra. quando se apaixona, se fode por isso, o sentimento gera uma puta energia e não temos com quem trocar, porque essa troca tinha que ser feita com aquela pessoa específica, e então esse foco é a poesia. então tu fica com a batata quente que gerou, e essa batata quente é um amor, ó céus, veja só, como a paixão se torna um fardo?! 

a paixão é pra mim um tipo de amor. 

e assim, como espiral falante, volto ao ponto: a arte é feita da insatisfação. 

eu juro que não queria. 

por que eu fico tão afim desse cara?  por que ele me rejeita? por que me ignora? como posso me apaixonar por isso? sou anormal?

sim, a resposta é sim. 

isso nunca poderá ser considerado normal. nunca.

tenho a sensação de que nunca mais me apaixonarei por ninguém. essa é uma característica idiota da paixão: sensação de irrevogável, infinito e último. eu sei que vou, mas tenho a sensação de que não. é difícil explicar o coração. eu tenho plena consciência de que ele não me quer. e escrevo agora para que entre na minha cabeça de uma vez. 

minha cabeça parece um chapéu mexicano right now. os homenzinhos estão todos girando nele, enlouquecidamente. resolveram se divertir. afu. óh homem idiota, o que você pensa? por que não me quer? confesso que meio que não admito alguém não me querer. tenho vontade de forçar a pessoa a que me queira. Porra, eu sou legal. ahahaha. fucking crazy.

chove pra caramba. fiz comida, cuidei de mim. acredito que é esse o caminho, já escrevi isso. é isso aí.

o caminho é cuidar de si. 

como fico sem amor: não sei. é difícil não ser bajulado e não ficar sonhando em dividir as coisas, rir, transar enlouquecidamente com a mesma pessoa e viver, coisas boas e até as ruins. que piegas. mas é assim. é bem assim...